sexta-feira, 16 de julho de 2010

ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE COM MAL DE ALZHEIMER 2

Pacientes com pouca atividade física e idosos, costumam ser constipados e uma dieta rica em fibras promove um melhor funcionamento intestinal.

A quantidade de calorias necessárias também deve ser observada com muito critério, pois para pacientes restritos ao leito, com pouca movimentação e pouca atividade física o número de calorias necessárias é evidentemente menor do que para pacientes agitados ou vagantes, que andam durante todo o dia.

Alguns pacientes se esquecem de mastigar tendo que ser lembrados para que mastiguem o alimento antes de tentar deglutí-los. Nesses casos, o uso de dietas pastosas ou alimentos cortados em pequenos pedaços favorece a alimentação.

O sabor deve sempre ser levado em conta e não se deve confundir dieta pastosa com algo disforme e de origem absolutamente desconhecida, em virtude de simples liquidificação da refeição.

Determinados alimentos como purês, sopas cremosas, gelatinas, pudins e outras modalidades de alimentos nesta consistência devem ser priorizados e inseridos no cardápio diário.

Boa parte dos pacientes costuma imitar gestos e atitudes. Esse fato pode ser bastante produtivo à mesa, onde o cuidador deliberadamente faz alguns gestos para se alimentar para que seja imitado pelo paciente. Essa é uma, entre tantas, das surpreendentes constatações que podem ajudar muito.

Deve-se tentar incluir o horário das refeições do paciente em conjunto com os familiares. Estudos têm demonstrado que pacientes que se alimentam solitariamente são menos nutridos e apresentam maiores distúrbios comportamentais quando, discriminatoriamente, alimentam-se antes ou depois dos familiares.

Aqueles que necessitam de suplementação vitamínica ou algum reforço dietético devem receber orientação médica.

Os doces em geral são muito apreciados pelos pacientes incluindo os sorvetes que podem ser enriquecidos com pedaços de frutas e outros como castanhas e amendoim ralados.

Uma outra providência é a de se certificar de que o alimento está sendo oferecido em temperatura adequada, sopas quentes em especial podem causar acidentes.

Nas fases mais avançadas é possível que o paciente tenha que ser alimentado e algumas precauções, além das já descritas, devem ser adotadas.

Nunca se deve alimentar o paciente deitado, propiciando uma aspiração com a entrada de alimentos nos pulmões, trazendo-lhes sérias complicações.

Deve-se alimentar o paciente o mais sentado possível de preferência com alimentos mais pastosos ao invés de dietas muito líquidas.

A posição semi-sentada deve ser confortável, com o paciente bem posicionado com o auxílio de travesseiros.

Na total impossibilidade, pelo menos a cabeça deve ser elevada por um dos braços do cuidador, enquanto a outra mão o alimenta, aguardando que a porção seja deglutida.

Ao alimentar o paciente no leito é bom que a roupa de cama na parte superior relativa à cabeceira e os travesseiros estejam protegidos com plástico evitando que se sujem.

Os alimentos não devem estar muito quentes nem frios, testar a temperatura antes de administrar é obrigatório.

Como já vimos, dietas pastosas que necessitam de alguns movimentos mastigatório como os purês são aceitos mais facilmente e devem ser utilizados.

A colher deve ser preenchida com 2/3 de sua capacidade e pressionada gentilmente contra os lábios do paciente, avisando-o que será alimentado.

O uso de canudos para líquidos costuma ser um bom recurso, mais fácil que o uso do copo convencional.

O processo de alimentar pacientes altamente dependentes é trabalhoso, podendo durar muito tempo. Uma atitude tranqüila respeitando-se as limitações do paciente debilitado, sem pressa e com palavras encorajadoras contribuem efetivamente no sucesso da operação.

É difícil aquilatar se estamos nutrindo adequadamente pacientes totalmente dependentes se não mantivermos um registro diário de ingesta.

Uma simples folha de papel com as informações a respeito de horários, qualidade, quantidade e peso fornecem um histórico importante.

Alguns cuidadores usam a mamadeira para alimentar pacientes em fase terminal com bastante sucesso. Essa conduta tem muitos críticos que alegam a infantilização do paciente com suas negativas conotações. Ao nosso ver, apesar da polêmica, todos os recursos disponíveis, esgotadas as outras tentativas de alimentação natural, são recursos válidos. Alimentar com mamadeira é melhor que o uso de sondas, muito mais antinaturais, pois retiram do paciente a possibilidade de sentirem o sabor dos alimentos, são de difícil preparo, requerem supervisão na administração além de necessitarem de infra-estrutura mais sofisticada.

Pacientes com incontinência fecal podem ser ajudados com uma dieta criteriosamente elaborada no sentido de se reduzirem os acidentes de incontinência. Essa orientação é feita pelo médico em conjunto com a nutricionista e assessorada pelo cuidador que fornece os alimentos preferidos para que a composição final do cardápio seja nutritiva, segura e agradável.

Não se deve esquecer de que, apesar do comprometimento intelectual do paciente, devemos respeitá-lo oferecendo-lhe sua refeição com cuidados em termos de boa apresentação e sabor.

A ingestão adequada de líquidos é fundamental e deve ser mensurada. Se não houver registro, corre-se o risco de se perder a noção do quanto foi ingerido.

De um modo geral, salvo em condições especiais, aceita-se que o paciente deva ingerir em torno de 2 litros de líquidos nas 24 horas do dia. Se subtrairmos desse total a quantidade de líquidos contidos nos alimentos, poderemos preparar garrafas ou vasilhames graduados com sucos e outras modalidades para que tenhamos a noção exata do que está sendo consumido ao longo do dia.

A quantidade deve ser determinada em função das condições de cada paciente, com um enfoque totalmente personalizado e isso deve ser feito pelo médico.

Pacientes portadores de doenças como insuficiência cardíaca e outras condições devem ser analisados individualmente.

O manejo da incontinência urinária pode passar por uma criteriosa restrição de líquidos a partir de um certo horário, na tentativa de minorar os acidentes de incontinência urinária, especialmente à noite.

Enfatizamos a imperiosa necessidade de que o médico estabeleça a quantidade de líquidos necessária a cada paciente, assim como o uso do sal, gorduras e outros alimentos relacionados com determinadas doenças.

Fonte: www.alzheimermed.com.br

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